O ESPORTE DE ASSU E REGIÃO, OBRIGADO PELA VISITA

domingo, 26 de agosto de 2012

Atrás de ouro e recordes em Londres

A três dias do início dos Jogos Paralímpicos de Londres, a Delegação Brasileira se despediu de Manchester, cidade inglesa escolhida para a aclimatação dos atletas que representarão o Brasil na maior competição do planeta para atletas de alto rendimento com deficiência. Das 18 modalidades que o País disputará nas Paralimpíadas, 16 viajaram mais cedo para finalizarem sua preparação no exterior.
Adriano AbreuFisioterapeuta Ronnie Peterson considera os atletas brasileiros bem preparados para as disputasFisioterapeuta Ronnie Peterson considera os atletas brasileiros bem preparados para as disputas
Atletismo, Basquete em Cadeira de Rodas, Bocha, Ciclismo, Esgrima em Cadeira de Rodas, Futebol de 5, Futebol de 7, Goalball, Halterofilismo, Judô, Natação, Remo, Tênis em Cadeira de Rodas, Tênis de Mesa e Vôlei Sentado fizeram sua aclimatação em Manchester. Hipismo fez uma parte na França e outra em Bishop Burton (Inglaterra), com direito a competição com alguns dos países que disputarão os Jogos. Vela Adaptada e Tiro Esportivo embarcam direto para Londres.
Desde o dia 14, mais de 200 atletas e técnicos brasileiros estão em Manchester. A cidade recebeu a Delegação Brasileira de braços abertos. Com instalações de ponta, os atletas realizam treinamentos em uma das melhores venues da Europa. Além da qualidade estrutural técnica, a alimentação dos atletas também foi planejada, mas exportada do Brasil. Natal está representada duplamente. O médico do ABC, Roberto Vital está na equipe ao lado de Ronnie Peterson, fisioterapeuta. Ronnie se juntou a Seleção Brasileira Paralímpica de Atletismo, uma das três melhores do mundo na atualidade. O potiguar, que esteve em Manchester já se juntou ao restante da delegação, na Vila Paralimpica. Na bagagem, Ronnie leva consigo a experiência de duas Paralímpiadas anteriores (Atenas em 2004 e Pequim em 2008). "Cheguei por indicação do doutor Roberto Vital (médico do ABC), para acompanhar a equipe brasileira de halterofilismo durante um Mundial na Malásia, em 2002. No ano seguinte fui convocado para integrar a comissão técnica do atletismo, durante os jogos Pára-panamericanos, realizados na Argentina, onde até hoje permaneço". E se depender dos pára-atletas que Ronnie Peterson assessorará, a promessa de o potiguar voltar para casa com uma medalha no peito é grande. "Nossa equipe está entre as melhores do mundo. Saímos de 18º, no mundial de 2006, para o 3º lugar em 2011, na Nova Zelândia", disse Ronnie.
Rodrigo SenaChefe médico da delegação, Roberto Vital, viajou acompanhado de outros potiguares para LondresChefe médico da delegação, Roberto Vital, viajou acompanhado de outros potiguares para Londres
Em 2008, nas Paralímpiadas de Pequim, a Seleção de Atletismo conquistou quatro medalhas de ouro. Este ano, os principais nomes do Brasil são Lucas Prado (deficiente visual), campeão mundial e paralímpico dos 100, 200 e 400m, e Terezinha Guilhermino (também deficiente visual), campeã mundial e paralímpica dos 100 e 200 metros. Para amenizar a saudade de casa, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) levou para a aclimatação uma alimentação tipicamente brasileira. Com arroz, feijão, salada e tempero tipicamente nacionais, a Delegação conta com refeições balanceadas, elaboradas pela chef de cozinha Nara Codo e a nutricionista Flávia Figueiredo. Nara Codo, de 36 anos, comanda a alimentação dos atletas com um currículo invejável: há mais de 14 anos à frente de cozinhas conceituadas pelo Brasil, já trabalhou com o famoso chef Alex Atala, proprietário do restaurante D.O.M, eleito um dos quatro melhores de todo o mundo. Essa é a primeira vez que o Brasil proporciona a aclimatação para a Delegação Brasileira antes da disputa dos Jogos Paralímpicos, graças ao convênio feito pelo CPB com o Ministério do Esporte, via Sistema de Convênios do Governo Federal (Siconv). Em Pequim 2008, apenas Atletismo e Natação chegaram antes à China, com aclimatação em Macau. Os Jogos Paralímpicos de Londres acontecem entre os dias 29 de agosto e 9 de setembro.
Preparação foi planejada lá em Pequim
A preparação do Brasil para os Jogos de Londres começou ainda Pequim 2008, com a participação de novos atletas. Além de Mundiais, Copas do Mundo e competições internacionais, as Seleções Brasileiras Permanentes e de Jovens participaram de fases de treinamento, receberam materiais novos e modernos, fizeram exames que ajudaram a avaliar pontos fortes e corrigir os fracos entre outras ações.
João Maria AlvesRildene Fonseca quer repetir o brilho das competições passadasRildene Fonseca quer repetir o brilho das competições passadas
Em 2010, o CPB recebeu do presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, a incumbência de criar um planejamento a longo prazo para o desenvolvimento do paradesporto no Brasil. Com metas e ações previstas até 2016, o plano detalhado e minucioso começou a se concretizar em 2011, com o repasse de R$ 19.477.732,73 pelo Ministério do Esporte, via Siconv. Em 2011, o CPB, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura do Rio de Janeiro, criou o Time São Paulo e o Time Rio, que visam dar melhor estrutura e condições que atletas com chances reais de medalha nos Jogos de Londres e Rio 2016 tenham acesso ao que há de melhor para sua preparação. O CPB conseguiu mais do que dobrar os investimentos no Esporte Paralímpico no ciclo Londres em relação ao ciclo Pequim, saltando de aproximadamente R$ 77 milhões para cerca de R$ 165 milhões, graças à parceria fundamental com o Governo Federal por meio do Ministério do Esporte, da Caixa Econômica Federal, da Infraero, e ainda, do Governo do Estado de São Paulo e da Prefeitura do Rio de Janeiro nesta reta final. O conjunto de parcerias e investimentos são de extrema importância para a conquista dos objetivos ambiciosos e possíveis do CPB: o sétimo lugar no quadro geral de medalhas nas Paralimpíadas de Londres 2012 e o quinto lugar no Rio 2016.
Futebol 7 faz últimos ajustes e atletas mostram otimismo
O Futebol de 7 do Brasil faz seus últimos ajustes para a estreia nas Paralimpíadas. O time treinou pela primeira vez no Riverbank Arena, palco dos Jogos, para reconhecimento do campo. A equipe brasileira é jovem: tem média de idade de 25,5 anos e dos 12 jogadores, apenas três já disputaram uma Paralimpíada. Mesmo assim, todos estão confiantes para buscar uma medalha. "É um deslumbramento tudo isso aqui. Nós estamos na Vila Paralímpica, com atletas do mundo inteiro. É algo incrível. Temos conversado bastante para manter o foco, que é mostrar o nosso futebol", conta o meio-campo Mateus Calvo. "Não tem jeito, quando você chega numa Paralimpíada, arrepia de emoção, mesmo eu que já estou na minha quarta", argumenta o técnico da seleção, Paulo da Cruz. Por conta da falta de experiência nesse tipo de competição da maior parte do grupo, a comissão técnica tem procurado passar o máximo de tranquilidade para os jogadores. "A ideia é prepará-los para os Jogos do Rio 2016. Aqui eles estão sofrendo o primeiro impacto de estar numa Paralimpíada", explica da Cruz. A estreia da seleção já será a primeira prova de fogo: os brasileiros enfrentam a seleção da Grã-Bretanha e todos os ingressos já foram vendidos. "Jogar para 10, 12 mil pessoas, contra os donos da casa, não será fácil. Mas nós já ganhamos desse mesmo time aqui, em maio. E, por outro lado, a pressão em cima deles será muito maior, para fazer bonito diante de sua torcida. Estamos confiantes e bem preparados", diz o técnico brasileiro. Os jogadores do Brasil treinam diariamente até a estreia, dia 1º de setembro, priorizando o trabalho tático. Hoje, como parte da preparação, os meninos do Brasil ainda farão um amistoso contra a equipe da Argentina.

Fonte: Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário