O ESPORTE DE ASSU E REGIÃO, OBRIGADO PELA VISITA

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Coração das Rocas ameaçado

Um celeiro de craques no coração do Bairro das Rocas. Oficialmente, são 38 anos de fundação, mas a história do Estádio João Câmara já tem mais de 70. Grandes atletas que do futebol passaram por lá. Saquinho, Tião, Sérgio Poti, Pancinha, Piaba, Zé Gobá, Cocó, Sílvio Madona, Zé Ireno, Edmilson (Piromba)... são tantos e com tantas histórias que as lágrimas tentam correr dos olhos de cada pessoa a quem se pergunta: será o fim do Estádio? Essa é a questão que há tempos amedronta os moradores do bairro das Rocas e os amantes do futebol amador.

De acordo com o presidente do Centro Desportivo, Sérgio Henrique Cabral, estádio está sob ameaça de demolição para a construção de moradias que abrigarão a comunidade de Maruim. Fotos: Carlos Santos/DN/D.A Press
"Acabaram com a história do Machadão, do Juvenal (Lamartine) e agora querem acabar com a da gente aqui nas Rocas. O governo fala muito em lazer, esporte, juventude e quer tirar a área de lazer do bairro", desabafa o presidente do Centro Desportivo das Rocas, Sérgio Henrique Cabral. O espaço é cedido pela prefeitura à comunidade, que se responsabiliza pela manutenção. Mas a relação amistosa entre o bairro e o poder exe cutivo municipal pode não durar mais. Segundo o dirigente, o estádio está sob ameaça de demolição para a contrução de moradias para a comunidade do Maruim."Não recebemos nenhum comunicado oficial, mas todo mundo já sabe disso e quando chega a decisão já é com juiz, já vem pra tirar de uma vez", afirmou. No Centro Desportivo funciona uma escolinha de futebol. É o projeto "Bom na bola, bom na escola", que tem atividades nas terças e quintas-feiras e atende a 60 meninos, das categorias sub-13, sub-18 e sub-20. Nos sábados e domingos acontece o campeonato das equipes veteranas. Atualmente, nove times participam da competição e, como afirmou o presidente do ABC Rocas, Derilson Albano, os jogos movimentam todo o bairro. "Eu nunca vi em outros bairros a quantidade de gente que dá nos jogos daqui no final de semana", disse.  Sílvio Madona, que começou nas Rocas, jogou no ABC e chegou ao Botafogo, também vê com tristeza a possibilidade do estádio chegar ao fim. "O campo do Senador João Câmara não pode se acabar até porque saíram de lá muitos jogadores bons, e há muito tempo vem tentando revelar novos", disse. E ele não é o único a dizer isso, o desportista e ex-atleta, Ribamar Cavalcante, critica a possibilidade de destruição do espaço. "Sou totalmente contra a demolição de qualquer estádio. Essa foi uma notícia que me trouxe muita tristeza, quando eu soube. Para mim, a falta de talento que vive o futebol potiguar se dá exatamente porque não há espaço para o desenvolvimento dos nossos atletas", afirmou. Na história do João Câmara, há ainda nomes como o de Sérgio Poti, que chegou à seleção brasileira. Ele não esconde a revolta diante da possibilidade de ver o estádio chegar ao fim. "Um lugar como esse aqui, de onde saiu craque que foi até jogador de selação brasileira não pode acabar. Aqui foi um celeiro de craques! A prefeitura não pode fazer isso com as Rocas não", afirmou.
Prefeitura explica
O secretário de habitação de Natal, Paulo Roberto, informou que o projeto para realocação de 176 famílias da comunidade do Maruim para as Rocas será feita para uma região vizinha ao Estádio, mas que o João Câmara será mantido. "O local para onde as famílias irão tem o estádio apenas como referência, o projeto não tem nada a ver com o estádio", disse. O secretário também informou que para se concretizar, o projeto depende apenas da liberação da verba pela Caixa Econômica Fe deral, em reunião no dia 24.
Rosana Pimentel para o Diário de Natal

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