O ESPORTE DE ASSU E REGIÃO, OBRIGADO PELA VISITA

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Clubes treinam sem o desfibrilador

Os principais clubes do Estado, ABC e América cumpriram com as obrigações de realizar exames nos atletas e contam com a presença dos médicos durante os treinamentos. No entanto, ambos ficaram devendo no quesito desfibrilador para atendimento de emergência. Durante os treinos de ontem, a equipe de reportagem da Tribuna do Norte constatou que o Alvinegro, apesar de possuir o equipamento, não estava de posse do mesmo. O clube alegou que a máquina estava em manutenção. No Alvirrubro, o departamento médico informou que a direção investiu cerca de R$ 7 mil na compra de um desfibrilador, mas o equipamento só deve ser entregue hoje, no máximo amanhã.
Magnus NascimentoO médico do ABC, Roberto Vital, ao lado do preparador físico Flávio Paiva, observa o andamento dos treinos e dos jogadores alvinegros 
O médico do ABC, Roberto Vital, ao lado do preparador físico Flávio Paiva,
observa o andamento dos treinos e dos jogadores alvinegros

"O desfibrilador é de fundamental importância. Num caso desses como o de Mossoró você pode reanimar o paciente a tempo de levar para o hospital. As vezes, no entanto, quando é fulminante. Não tem jeito, como foi caso de Serginho do São Caetano. Ele teve o problema dentro do Morumbi, com todo aparato e ainda assim veio a óbito", afirmou o médico do América, Maeterlink Rêgo. Já o médico do ABC, Roberto Vital, mesmo tendo o pensamento parecido com o companheiro de profissão americano, revela que o médico que atestou a liberação de Neto Maranhão, não pode ser acusado pelo acontecimento, já que, mesmo que existisse um desfibrilador no local da fatalidade, poderia ser que o atleta não sobrevivesse. "O desfibrilador não resolve tudo. Ele é específico para algumas situações. Não podemos afirmar que, caso o jogador tivesse sido socorrido com um desfibrilador no momento que teve o mal súbito, teria escapado. O aparelho é um facilitador, mas, para determinadas situações", disse o médico Roberto Vital, que completou: "As academias espalhadas pela cidade, contam com vários alunos, fazendo esporte de alto esforço e não vemos médicos 24h nos locais. O que aconteceu, infelizmente, foi um acidente. Eu mesmo, posso fazer todos os exames necessários em um atleta, e, meia hora depois, ele ir treinar, passar mal e vir a falecer. Existem situações que não podemos prever", finalizou.
MPT/RN convoca clubes do Estado
O Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte (MPT/RN) marcou para o dia 22 de janeiro, às 15 horas, a realização de audiência com representantes legais dos Clubes de Futebol participantes da Primeira Divisão do Campeonato Estadual e da Federação Norte-Riograndense de Futebol, acompanhados dos médicos dos respectivos times. A finalidade da audiência é propor a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o objetivo de assegurar efetiva proteção à saúde e integridade física dos atletas profissionais de futebol, nos termos da Lei Pelé (Lei 9.615/98), que prevê obrigatoriedade de exames periódicos. Os clubes foram notificados pelo MPT/RN e devem adotar as providências para a realização dos exames. Dessa forma, o adiamento do início do Campeonato Estadual está descartado. Tais determinações foram motivadas por denúncia do Sindicato dos Atletas de Futebol Profissional do Estado do RN, após a morte de um jogador de futebol do Potiguar de Mossoró. No despacho realizado em caráter de urgência, o procurador-chefe do MPT/RN, Rosivaldo da Cunha Oliveira, determinou que a denúncia fosse distribuída ao Procurador do Trabalho José Diniz de Moraes, tendo sido instaurado o Procedimento Investigatório nº 00017.2013.21.000/5. Para a audiência marcada, também foi solicitada a presença do Auditor Fiscal do Trabalho, o Médico Moizes Martins Junior, especializado em Medicina do Trabalho.
Lei Pelé
Além de exigir a realização dos exames, a Lei Pelé (e alterações) determina que as entidades de prática desportiva são obrigadas a contratar seguro de vida e de acidentes pessoais, vinculado à atividade desportiva, para os atletas profissionais, com o objetivo de cobrir os riscos a que eles estão sujeitos.
Contrato de Neto Maranhão  tinha atestado médico
A Federação Norte-Riograndense de Futebol liberou o contrato do jogador Neto Maranhão. No documento, conta a assinatura do médico urologista e cirurgião geral Haroldo Amaral Duarte que clinica em Mossoró, atestando que o atleta estaria: "apto física e mentalmente podendo exercer normalmente suas atividades profissionais". No entanto, o jogador chegou a ter um desmaio e ser internado meses antes de passar mal e morrer. O fato ocorreu no segundo semestre do ano passado quando Neto atuava pelo Biguaçu, clube do litoral de Santa Catarina. Segundo relatos, o desmaio aconteceu em um dia de folga do jogador e o mesmo teria ficado internado por três meses em um hospital da cidade catarinense. Nem mesmo o tempo de internação impediu Neto de conseguir continuar a carreira no futebol. Um dos familiares revelou que um dos médicos que atenderam o jogador  afirmou que o desmaio foi fruto de uma arritmia cardíaca. Mas o próprio atleta teria lhe dito que isso não o impedia de atuar. A equipe do Potiguar foi informada do desmaio, mas se defendeu dizendo que o atleta garantiu que após realizar exames, no Maranhão, estava apto para jogar.
Fonte: Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário