Roberto Fernandes conversa com os auxiliares Luiz Müller
e Zé do Carmo (Foto: Arthur Barbalho)
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Leandro Sena comanda o América-RN com o auxílio
de Severo Júnior e Moura (Foto: Jocaff Souza)
Mais experiente do trio, Moura, ex-jogador do América e integrante do
time campeão da Copa do Nordeste, em 1998, sabe que uma boa conversa
pode ajudar nas decisões em campo. Para o auxiliar, que também acumula o
cargo de diretor de futebol do clube, a linguagem do boleiro é
transmitida com mais facilidade quando se tem essa aproximação com os
jogadores. É importantíssimo esse trabalho do auxiliar. Estamos, tanto eu quanto
o Severo Júnior, nesse suporte técnico, sempre trocando ideias, batendo
um papo, procurando aquela melhor formação e também para fazer aquela
leitura do jogo. Leandro Sena está começando a carreira e vem se
mostrando um excelente treinador e está provando isso com os resultados.
Por isso trabalhamos em conjunto para observar situações que de
repente, em campo, o treinador não consiga enxergar. É importante ter um
treinador que consiga ter a mesma linguagem do time - explica Moura. O mais “novo” dos três, mas com um experiência adquirida ao longo de
sete anos vestindo a camisa alvirrubra, Severo Júnior está no América
desde os tempos em que era jogador das categorias de base do clube.
Hoje, atua como auxiliar técnico e disse que já perdeu as contas de
quantos clássicos já disputou. Eu já perdi as contas de quantos clássicos contra o rival eu já
disputei. Desde as categorias de base, quando era atleta, depois na
figura de treinador da categoria de base e agora como auxiliar, faz mais
de 30 clássicos - conta. Luiz Müller avalia que as características do trio alvinegro são muito
diferentes, mas quando são colocadas em conjunto, tem contribuído para a
melhoria do ABC, dando motivação aos jogadores. Cada um tem sua parcela. O Roberto é mais motivacional, é um cara que
consegue colocar o grupo para cima. Já o Zé tem um excelente convívio
com os atletas, isso ajuda no equilíbrio o grupo. Eu trabalho mais a
parte tática. Esse trabalho é um complemento. No futebol, se você não
estiver ligado você acaba perdendo um jogo e ter uma comissão grande
ajuda muito destaca. Zé do Carmo também atuou com Roberto Fernandes no ex-clube, o América.
Agora em lado oposto, o auxiliar pretende usar o conhecimento que tem
dos jogadores alvirrubros para vencer o adversário. Conhecendo as características dos jogadores, ajuda bastante o nosso
trabalho. Muitos dos nossos atletas já atuaram com alguns atletas do
América. Mas clássico é diferente. Quem melhor encarar a partida como a
mais importante vai levar vantagem - ressalta o auxiliar. Do lado americano, Moura atua como a “segunda voz” de Leandro Sena, mas
sem esquecer um instrumento especial: a prancheta. O auxiliar faz
várias anotações e discute com o treinador a melhor forma de montar o
time em campo. Dividimos o nosso trabalho de uma forma racional. No campo, trabalho junto com Sena, enquanto que Severo fica nas arquibancadas ou em uma parte superior do estádio, fazendo anotações e observações sobre o jogo. Durante o decorrer do jogo, eu fico sempre ao lado de Sena e uso uma prancheta para destacar algum posicionamento de um atleta e observando alguns lances em que ele esteja focado em outra parte do campo - conta Moura. Como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) proibiu a utilização de rádios transmissores durante os jogos, Severo é o responsável em observar o posicionamento do time adversário e repassar ao técnico alvirrubro. Hoje em dia, cortou-se a utilização do ponto eletrônico e por isso fico responsável por anotar os detalhes, como alguma bola parada, uma situação que não está sendo executada pela nossa equipe ou que a equipe adversária tenha tido uma movimentação diferente.
Por Arthur Barbalho e Jocaff Souza Natal
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