O ESPORTE DE ASSU E REGIÃO, OBRIGADO PELA VISITA

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Procura-se o torcedor potiguar

O torcedor que vai ao estádio de futebol é um herói. A soma de todos os desafios que precisam ser ultrapassados até o cidadão comum se acomodar em uma arquibancada é grande e passa por preços altos nos ingressos até falta de segurança nas ruas, transporte público e futebol de qualidade duvidosa. Ficar em casa, ou em bares parece ser a opção mais levada em conta no momento, principalmente no RN, onde a média de público, somando América e ABC não chega a 10 mil/jogo (veja gráfico).
Começando pelo preço dos ingressos, um estudo da empresa Pluri Consultoria deixa claro o quão caros são nossos preços. O relatório da Pluri diz o seguinte: “O preço dos ingressos mais baratos no Brasil custa em média R$ 51,74 (pesquisa IPF-PLURI, 1o semestre), equivalente a US$ 22,62. Quando comparamos este valor com a renda per capita do Brasileiro (US$ 11.208/ano a preços correntes 2013), concluímos que esta Renda permitiria a compra de 495 ingressos por habitante/ano, a menor quantidade na comparação com os outros países analisados. Isto faz do Brasil o país de preços relativos de ingressos mais alto entre os principais mercados do mundo; O preço dos ingressos mais baratos no Brasil custa em média R$ 51,74 (pesquisa IPF-PLURI, 1o semestre), equivalente a US$ 22,62. Quando comparamos este valor com a renda per capita do Brasileiro (US$ 11.208/ano a preços correntes 2013), concluímos que esta Renda permitiria a compra de 495 ingressos por habitante/ano, a menor quantidade na comparação com os outros países analisados. Isto faz do Brasil o país de preços relativos de ingressos mais alto entre os principais mercados do mundo; Na média dos 13 países analisados, a Renda percapita permite a compra de 1.114 ingressos/ano, 125% acima do poder de compra de ingressos dos Brasileiros (495). Ou seja, por aqui o preço do ingresso é mais que o dobro da média dos principais centros do futebol mundial; Em 2o lugar aparece a Espanha (inflacionada a compra de 1.114 ingressos/ano, 125% acima do poder de compra de ingressos dos Brasileiros (495). Ou seja, por aqui o preço do ingresso é mais que o dobro da média dos principais centros do futebol mundial;” Ou seja, colocar a mão no bolso é um verdadeiro sufoco para o torcedor.
Pior que isso é quando o cidadão avalia as questões custos-benefícios na hora dessa compra. Ao fazer uma compra qualquer, o consumidor atento sempre avalia três questões: Preço, qualidade do produto e comodidade na compra, ou seja, desconto, conforto da loja e os benefícios. No caso do preço, fica claro pelo estudo da Pluri que estão acima das possibilidades da torcida. Com relação a qualidade, os públicos da Arena das Dunas nos duelos dos clubes potiguares contra os cariocas (acima de 25 mil pessoas) evidencia que grandes jogos atraem os torcedores, o que não acontece na maior parte do ano. Nesse caso também inclui-se a questão da novidade que sempre é atrativa. Em relação ao conforto, as novas arenas trouxeram isso para o público, mas o custo alto o afasta. Ouvimos os clubes dizerem que não baixam preços de ingressos porque querem mais sócios. Mas, o que fica cristalino a cada dia é que essa tática não está funcionando. Tanto ABC quanto América patinam em números de sócios inferiores a cinco mil. Ou seja, ingresso caro não tem sido suficiente para atrair sócios e ainda por cima tem tirado dos que não podem ser sócios a chance de torcer pelo seu time no estádio. Dessa forma, melhor seria criar categorias de sócios VIPS cobrando preços altos, mas dando em troca serviços exclusivos, atendimento de qualidade, etc e baixar os preços para que todos tivessem acesso ao estádio em áreas sem serviços Vips e cuja paixão fosse o combustível essencial para levar o torcedor para o campo. A qualidade dos jogos tem relação direta com a entrega, nas mãos de profissionais, do planejamento e contratações dos clubes, bem como do planejamento e organização dos campeonatos das federações. Isso não significa o fim dos cartolas, apenas uma separação das atividades políticas e executivas. Tudo isso também inclui uma revolução na formação de atletas das bases. Por fim chega o momento do poder público. Sou contra o investimento direto do governo nos clubes. Dar dinheiro para dirigentes sem a cobrança de como os gastos serão executados é jogar recursos públicos no lixo. Cabe aos governantes, responsáveis por investir no esporte que é saúde, vida e hoje geração de empregos e renda, aplicar recursos na segurança do torcedor em seu trajeto casa - estádio - casa. Investir nos sistemas de transporte público garantindo o direito de ir e vir também é essencial. Essas medidas facilitadoras levam famílias e o torcedor do bem de volta aos estádios. Cabe também ao governo fiscalizar, clubes e entidades gestoras do esporte, combatendo a corrupção e garantindo a lisura dos torneios. Credibilidade é fonte de boa imagem e consequentemente motivo de atração de público. Por fim, só mesmo um somatório de ações seria capaz de inverter essa tendência de afastamento dos torcedores dos estádios.

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