O ESPORTE DE ASSU E REGIÃO, OBRIGADO PELA VISITA

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

"Ainda me olham estranho", revela preparadora física de clube do RN

Thaise Yamamoto, preparadora física do Palmeira de Goianinha - RN (Foto: Reprodução/Facebook)Thaise Yamamoto é a preparadora física do Palmeira (Foto: Reprodução/Facebook)
O preconceito em relação ao gênero em determinadas profissões ultrapassa o senso comum e beira ao exagero. As barreiras sociais enfrentadas pelas mulheres em situações ditas como masculinas deixam uma grande parcela da sociedade revoltada. No esporte, esses casos não são diferentes e quando uma profissional aparece no convívio dos homens, há uma desconfiança sem ao menos medir o grau de qualificação dela. No Rio Grande do Norte, uma educadora física tenta quebrar as barreiras do preconceito para colocar em forma os jogadores do Palmeira de Goianinha, time que vai disputar o Campeonato Potiguar 2015. A santista Thaise Yamamoto, de 22 anos, é apaixonada por futebol, tanto que optou por ingressar no curso de Educação Física. Formada desde 2013, ela conta que sempre gostou de futsal e futebol. Nas quadras, Thaise jogou nas categorias de base do Santos e outros clubes da região. No campo, a opção foi o Jabaquara, onde integrou a comissão técnica das equipes juniores. O convite para se aventurar no Rio Grande do Norte surgiu no final de 2014, quando o Palmeira de Goianinha se alojou no centro do treinamento do Jabaquara, e fez a preparação para a disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Os dois clubes, em parceria, trocaram experiências e integrantes das comissões técnicas, e Thaise assumiu a preparação física do Verdão. Eu estava no Jabaquara, e o meu chefe cogitou a possibilidade de eu trabalhar no Palmeira. Depois de umas três semanas, eu aceitei a proposta. O Jabaquara tem uma parceria com uma empresa, que também fechou com o Palmeira. Daí, o acerto ficou bem mais fácil e pude vir para cá - disse Thaise. Mesmo atuando como profissional no futebol desde os 20 anos, Thaise conta que ainda sofre com o preconceito e com a desconfiança de jogadores e torcedores. A educadora física conta que nas vezes em que esteve num estádio, fazendo parte de uma comissão técnica, os olhares de crítica sempre surgem para o seu lado. Eu sinto isso. Ainda me olham estranho e quando entro em um estádio de futebol, a torcida mostra aquele olhar de preocupação: como pode uma mulher estar numa equipe de futebol masculina? - lamenta. Em Goianinha desde o dia 4 de janeiro, Thaise aperta a preparação dos jogadores do Palmeira e cobra muito empenho durante as atividades, tanto que alguns reclamam da forte intensidade dos trabalhos. Mesmo assim, a profissional tem "carta branca" da diretoria alviverde, que acredita num rendimento satisfatório durante o estadual. Segundo Thaise, os conhecimentos aplicados com a equipe profissional são diferentes das quais utilizava com os atletas juniores, por isso, a reclamação dos jogadores. No começo, os jogadores meio que olharam diferente e eu peguei bem pesado. No primeiro dia de treinos, ficaram achando estranha a minha presença e a quantidade de exercícios. No segundo dia, já pediram para que eu maneirasse nas atividades. Ouvi muito aquelas frases 'será que ela tem experiência? Será que ela sabe o que está fazendo?', mas agora os jogadores estão se acostumando com o meu trabalho - conta.
Longe de casa
Thaise Yamamoto faz sua primeira experiência profissional longe de casa. Natural de Santos, a preparadora física nunca havia saído para outro estado para exercer sua profissão e tem em Goianinha a chance de mostrar que a qualificação pode render bons frutos. Contudo, a saudade de casa já aperta o coração da jovem, que procura focar no trabalho e na missão que tem à frente do time. Nunca estive fora de casa e essa é minha primeira vez no Rio Grande do Norte. A saudade está começando a bater, porque no começo é tudo muito novidade. A falta da minha família é uma coisa muito complicada para mim. Eu sou de Santos, mas moro em Cubatão e ela se parece com Goianinha, por ser pequena. Isso é muito bom - contou. Entre um treino e outro, Thaise busca conhecer melhor o local onde mora e já percorreu alguns pontos turísticos do estado, como a Praia da Pipa, em Tibau do Sul. O próximo passo será explorar novas praias do litoral Sul potiguar. Me falaram muito bem das praias, e acabei indo a Tibau do Sul, que é um lugar belíssimo, por conta de alguns treinos do time. Quando tiver uma folguinha, eu preciso conhecer mais locais. Me falaram muito da praia de Ponta Negra (em Natal) e a de Pirangi (em Parnamirim). Espero que essa fase aqui seja positiva para mim - almeja.  O contrato de Thaise Yamamoto com o Palmeira de Goianinha dura até o final do Campeonato Potiguar e, após a competição, ela voltará para Santos, onde deverá assumir a coordenação da preparação física do Jabaquara.
Por Natal

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