Leandro Sena concedeu entrevista acompanhado
do advogado Canindé Alves (Foto: Augusto Gomes/GloboEsporte.com)
Após o jogo, o presidente me seguiu até o auditório, numa sala onde
costumo ir após os jogos. Ele trancou a porta e começou a me insultar
com palavras de baixo calão: "Vagabundo! Você não tem hombridade para
pedir demissão? Você está acabando com meu projeto, seu canalha", disse
ele. Ele ainda me jogou uma mesa e me deferiu um soco no rosto, do qual
eu tentei me defender. Procurei manter a calma, já que se tratava de uma
situação em que eu fui agredido. Os jogadores que estavam do lado de
fora arrombaram a porta e conseguiram acalmar a situação - narrou o
treinador. Ainda com os ânimos exaltados após tomar a goleada por 5 a 1 e ser
eliminado pelo América-RN, Marconi Barreto anunciou a demissão de Sena,
acusando o ex-técnico de agressão. Ele (Sena) foi demitido por justa causa por ter dado um bofete em mim -
declarou Barretto, visivelmente nervoso, enquanto entrava no carro para
se dirigir a um hospital na noite desta quarta-feira. Sobre a acusação, Leandro Sena diz desconhecer qualquer agressão da sua parte e afirmou ainda que vai tomar as medidas
judiciais cabíveis, criminais e trabalhistas, contra o presidente da
Águia. Desconheço esse fato. Apenas me defendi. Sempre procurei
me defender de uma agressão que sofri. Desconheço completamente
qualquer agressão da minha parte - garantiu. Nos últimos dois anos, Leandro Sena
comandou as equipes do Alecrim, América-RN, Treze e Icasa. Ele
assumiu o posto de técnico da Águia de Ceará-Mirim em novembro de 2014 e
esteve à frente do elenco em 22 jogos. Foram nove vitórias, seis
empates e sete derrotas. Sena falou ainda ter sido
surpreendido ao receber a notícia da demissão através do site oficial do
clube. Também foi surpresa para Leandro a forma violenta como o
dirigente se portou diante dele, já que sempre fora tratado bem nos
bastidores. Ele agradeceu o apoio que recebeu dos atletas da equipe
tricolor e de outros treinadores brasileiros após o ocorrido. O
ex-jogador de 38 anos relembrou ainda sua história no futebol e seu bom
relacionamento com todos os clubes pelos quais passou. Recebi apoio de todos os jogadores do Globo, que se solidarizaram e
abominaram o que aconteceu. Agradeço todo o apoio que tive, de outros
treinadores também. Estou aqui para mostrar minha indignação e abominar
qualquer tipo de violência dessa forma. Tenho 18 anos como atleta e dois
anos como treinador e auxiliar. Sempre saí de forma amigável de todos
os clubes pelos quais passei. Sempre tratei todos no Globo com muito
respeito. Fui pego de surpresa porque o presidente sempre me tratou bem.
Confirmo que vi minha demissão através do site oficial do clube, pelos
resultados da equipe. Para mim, houve um completo desrespeito a minha
pessoa, como profissional - relatou.Por Klênyo Galvão e Augusto GomesNatal
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