O ESPORTE DE ASSU E REGIÃO, OBRIGADO PELA VISITA

segunda-feira, 19 de março de 2018

Que respeite o tricolor

O Baraúnas caiu. Desceu à segunda divisão do futebol profissional do Rio Grande do Norte. Rebaixado pela primeira vez na sua história, em 42 anos de Campeonato Estadual. Um vexame que poderia ter sido evitado, não fosse a falta de bom senso de seus dirigentes, que deveriam ter pedido licenciamento à Federação Norte-riograndense de Futebol (FNF), antes de cair para a segundona. Não seria demérito se o clube se afastasse dos gramados para se recuperar fora dele e um dia voltar forte, estruturado, capaz de respeitar a sua história de glória. Estaria respeitando homens que, com amor, fizeram o tricolor triunfar em tempos de glória como Jonas Bezerra, Luiz Escolástico Bezerra, Jaime Marcelinho, Niceias, Evaristo Nogueira, dentre outros. A queda para a segundona, em consequência da desestruturação do clube, sem saúde financeira, sem administração profissional, era questão de tempo. Foi alertado por profissionais de imprensa que observam o futebol além da paixão. Mas, a sua diretoria preferiu encarar a sugestão como uma agressão, perseguição ou coisa do tipo. A miopia que impediu enxergar óbvio. O licenciamento seria menos traumático para o torcedor apaixonado; e mais eficiente sob o ponto de vista da reconstrução. O trauma de agora custará caro. Por dois aspectos de simples entendimento: 1 – a marca Baraúnas perde valor, o que dificultará ainda mais o seu retorno à primeira divisão; 2 – o torcedor, que já estava distante dos estádios, do dia a dia do clube, tende a ‘desaparecer’ nesse primeiro momento. Não cabe, aqui, apontar culpados; condenar a gestão Josirene Ribeiro/Gilson Cardoso; rotular a atual diretoria. É certo afirmar que o Baraúnas se fragilizou ao longo dos anos, porque não entendeu as mudanças no mundo do futebol, cada vez mais profissional em todos os aspectos. Não teve a capacidade de planejar, explorar um mercado que está sempre aberto para propostas bem elaboradas. E se limitou, infelizmente, a viver de ajuda do torcedor, da doação de alimentos e de uma cota-patrocínio da Prefeitura, que se exauriu neste ano. Pois bem. O momento é bem delicado. Exige da diretoria a capacidade de iniciar um projeto maior do que a dor que abala os tricolores. Um projeto capaz de reestruturar o clube, reerguer seus pilares para, no futuro, retornar de forma organizada e capaz de estabelecer uma nova agenda no futebol mossoroense. Se não agir assim, o Baraúnas desaparecer dos campos. Não vai daqui a previsão pessimista, mas sim a análise fria do universo do futebol cada vez mais exigente. Então, que a diretoria tricolor tenha a capacidade de fechar a cortina do espetáculo deprimente encerrado neste domingo, 18 de março de 2018, com a goleada de 4 a 1 para o modesto ASSU, e que passe a conduzir o clube com competência para, lá na frente, dá a volta por cima.
Por César Santos

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