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quinta-feira, 28 de junho de 2018

Sóbrio, Neymar volta a ser decisivo

Foto: Carl Racine / Reuters
A vitória do Brasil sobre a Sérvia por 2 a 0 apresentou um novo Neymar na Copa do Mundo: mais discreto, mais concentrado – e não menos decisivo. O jogador que xinga árbitros e rola exageradamente pelos gramados russos ficou em algum lugar do passado. Nesta quarta-feira, no estádio do Spartak, em Moscou, o camisa 10 fez sua melhor partida nesta Copa. Neymar participou diretamente do segundo gol do Brasil, ao cobrar um escanteio pelo lado esquerdo na cabeça de Thiago Silva. Segundo as estatísticas da Fifa, em 95 minutos de jogo Neymar finalizou sete vezes, deu 12 passes decisivos. Foi um parceiro perfeito para Philippe Coutinho. Na primeira vez que foi acionado, o astro pôs a bola entre as pernas de Tadic – truque que repetiria vinte minutos depois com outra vítima, Matic. Com dez minutos de jogo, perdeu Marcelo, seu principal sócio nas jogadas de ataque – mas se entendeu perfeitamente com Filipe Luís. Aos 24, quase abriu o placar com um chute cruzado de esquerda, que Stojkovic evitou com grande defesa. Aos 28, do campo de defesa, deu um lançamento perfeito para Gabriel Jesus desperdiçar a melhor chance do jogo até ali. Durante todo o jogo, deu 41 "sprints", vários deles para pressionar a saída de bola da Sérvia. Jogou para o time. Neymar sofreu três faltas – e não fez disso um problema. Nem quando foi parado com violência. Aos 32 minutos do primeiro tempo, foi literalmente jogado para fora do campo por Ljacic e rolou pelo chão. Foi reconhecido até pela imprensa inglesa, que costuma ser implacável com jogadores que simulam faltas. – Neymar faz Llajic receber um merecido amarelo, mas não fez um grande drama por isso. Bom, não para os padrões dele – escreveu o jornal "The Guardian". Aos companheiros, pedia discretamente que a bola fosse lançada a ele por baixo, não por cima. No segundo tempo, quando a Sérvia ensaiou uma pressão, era ele quem pedia ao time para sair da própria área, avançar a marcação. Neymar mudou de comportamento em relação aos dois primeiros jogos do Brasil na Copa do Mundo, mas não deixou de exibir seu vasto repertório. Aos 25 do segundo tempo, deu um drible de chaleira em Milikovic-Savic e arrancou para servir Coutinho mais uma vez. Depois de consolidada a vantagem do Brasil no placar, se atreveu a deixar a ponta esquerda e a circular mais pelo centro do ataque. Neymar só não conseguiu vencer o goleiro Stojkovic. Faltou só o gol, que não fez falta nenhuma ao Brasil.
Por Martín Fernandez, Moscou, Rússia 

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