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terça-feira, 29 de outubro de 2019

Ele tem nome de ídolo argentino, é fã de Cristiano Ronaldo e quase foi vaqueiro: conheça o Assuense Gabriel Veron

Foto: Infoesporte
O sonho de um vizinho fez nascer a conexão entre um jovem jogador de Assú, no interior do Rio Grande do Norte, e o ex-volante Juan Sebastián Verón. Gabriel, atacante camisa 7 da seleção brasileira sub-17, leva o nome do ídolo argentino às costas e na carteira de identidade por um pedido inusitado de um amigo da família. E agora carrega tal peso com a leveza de quem sabe que se destacou muito na estreia do Mundial, contra o Canadá. A louca relação de seu nome com o pedido do vizinho tem explicação. O fã de Verón sempre quis ter um filho homem. Teve três filhas. Quando a mãe de Gabriel, Gracielly Silva, engravidou, ele não hesitou: pediu aos pais da criança para que seu desejo fosse realizado. Assim o atacante do Palmeiras e da seleção brasileira sub-17 ganhou o nome do ex-jogador do Manchester United, Inter de Milão e Estudiantes. E agora, com 17 anos, diz que gosta da homenagem, embora seus arranques e dribles rápidos sejam diferentes da técnica e passes refinados do argentino que tem o nome original. – Gosto muito. Vou honrar como ele honrou. Já vi vídeos, no Youtube, mas nunca consegui ver ao vivo. Era muito bom jogador – comentou o jovem atacante. Mas para levar o nome Veron à camisa 7 da seleção brasileira levou um tempo. O jovem precisou ser encorajado pela família, especialmente pela mãe e tios, a acreditar que tinha chance no futebol. Seu desejo mesmo era ter a carreira do pai: vaqueiro. – É a vida do meu pai. Ele é vaqueiro. Ele cuida de vaca, cavalo, ele trabalha na roça. Tentei ser vaqueiro junto com ele, só que nunca consegui. Minha mãe sempre me apoiava a vida no futebol, porque tem mais futuro, né? Com certeza. Fui tentar ser jogador e agora estou aí, na luta – comenta o versátil Veron. 
Ano Mágico
Gabriel está no Palmeira desde 2017. Era do Santa Cruz de Natal. Em 2018, assinou seu primeiro contrato profissional com o Alviverde e tem multa rescisória de € 60 milhões (R$ 266 milhões, na cotação atual. Mesmo com 15 anos, foi artilheiro e melhor jogador do Mundial de Clubes Sub-17 do ano passado, com nove gols em seis jogos. Neste ano, conquistou novamente o torneio com o Alviverde. Foi campeão das Copas do Brasil Sub-20, no primeiro semestre, e Sub-17, no início deste mês, com dois gols nas finais contra o São Paulo. Diante do Canadá, infernizou a defesa dos adversários tabelando com Yan e com suas arrancadas e dribles pelo lado direito. Fez o quarto gol e participou do primeiro com uma linda jogada para dar o passe de Peglow. Aliás, ele mesmo reconhece que o gol foi quase todo seu. – Eu só falei: ‘faz e me abraça’. Mas acho que é o trabalho de toda a equipe, que a gente vem trabalhando toda a temporada. É meu, dele, toda a equipe – brincou o jovem atacante. Tanta força, disposição e velocidade o fez ganhar nova alcunha na seleção brasileira: o Raio. – Todos começaram a me chamar assim, porque quando eu colocava na frente de um jogador ninguém conseguia me parar, me pegar. E colocaram esse apelido por causa da minha velocidade. 
GV7
Não é por acaso que a camisa 7 é usada no Palmeiras e na seleção brasileira. Cristiano Ronaldo é a referência de Veron. Não só na escolha do número que usar. Mas também na hora de fazer suas escolhas em campo. – Ele sempre busca fazer o melhor dele e bater os próprios recordes. Acho que sim (têm estilos parecidos). De força, sempre buscar o melhor, fazer os gols – comentou Gabriel. Veron chegou aos seis gols em 20 jogos com a seleção brasileira sub-17. Seu nome apareceu no jornal espanhol “Mundo Deportivo” como possível alvo do Barcelona, que enviou representante para o Mundial no Brasil. Mas o assédio não o afeta. – Me sinto feliz, mas estou focado na Copa. Sou jogador do Palmeiras. Estou focado na Copa, em fazer uma boa Copa. Ter um bom desempenho, mostrar meu futebol e deixar as coisas naturalmente. 
Por Daniel Mundim — Brasília

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